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Caros recentes amigos,
Na minha busca incessante por escrever algo sobre colesterol que fosse ao mesmo tempo útil e interessante, deu-me na idéia de escrever sobre o “princípio do equilíbrio”.
Como assim?
Vamos com calma, amados... Breve pretendo ser mais clara. A parte do suspense às vezes torna as coisas mais interessantes! Haha
Atualmente, se a concentração de colesterol em seu sangue (em mg/dl) estiver acima de 230, a maioria dos profissionais da saúde começa a ficar preocupada. E, se sua taxa for de 250 ou superior, você deve ser colocado imediatamente em uma dieta especial, em um programa de exercícios físicos, e, possivelmente, sobre medicação.
O “princípio do equilíbrio“, sobre o qual falei no início, sugere, porém, que a contagem do seu colesterol não é tudo. É extremamente importante pensar em termos do colesterol individual e outros componentes gordurosos de seu sangue, além da taxa de colesterol total.
Pra tentar simplificar... Fundamentalmente, você precisa se atentar ao seguinte:
1) Sua taxa de colesterol total
2) Suas LDLs (lipoproteínas de baixa densidade)
3) Suas HDLs (lipoproteínas de alta densidade)
4) Seus triglicerídeos.
(Para os perdidos, nossas postagens anteriores dão uma ligeira dica do que são essas 4 coisas)
Um desequilíbrio na concentração dessas substâncias pode gerar um quadro conhecido como “deslipidemia”.
Aham...
Mas, qual, então, deve ser a taxa considerada segura dessas gorduras e lipoproteínas no sangue para que se esteja protegido de uma eventual doença coronariana? Bem, como veremos posteriormente, essas taxas dependem, principalmente, de fatores como idade, sexo e até mesmo da pressão arterial. Diabéticos e tabagistas também são diferentemente analisados quando faz-se estudos das concentrações ideais dessas substâncias no organismo.
Dando um tour pelos livros e internet, descobri um tal de “Escore de Risco Framingham Para Doenças Cardiovasculares”. Resumidamente, ele é resultado de descobertas realizadas no Estudo do Coração de Framingham, em Massachussets no ano de 1948, e consiste em uma tabela onde são indicados “escores de risco para eventos coronários”.
Segue a tabela:
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Além da tabela, o site http://www.framinghamheartstudy.org/risk/index.html calcula de forma rápida e atualizada os escores de risco para as doenças cardiovasculares.
Estudos posteriores, porém, questionam a veracidade e a utilidade das informações contidas no Escore de risco Framingham. Entre outros motivos, porque, primeiramente, os dados foram obtidos com medidas de quase meio século, havendo assim a possibilidade de que o risco tenha se alterado com o tempo.
Em segundo lugar, porque o risco verificado nos participantes de Framingham não é, necessariamente, o mesmo verificado em outras populações, principalmente pela diminuta quantidade de pessoas analisadas no estudo: 6000.
Em terceiro lugar, fatores como dieta, peso corpóreo e atividade física, não foram considerados no escore. Quarto, o risco apresentado é unidirecional, ou seja, não se pode garantir que a redução de um fator de risco reduza de fato o risco.
Há ainda outras idéias contra os valores indicados pelo estudo. Quem tiver curiosidade, basta acessar o artigo: http://www.fm.usp.br/gdc/docs/revistadc_166_08-escore.pdf
Em síntese, queridos, apesar das facilidades de cálculos dos índices de risco, apesar das inúmeras fontes, às vezes seguras, outras não, que falam sobre gorduras e doenças cardiovasculares, nada melhor que cuidar da alimentação, praticar exercícios e fazer constantes visitas ao seu médico.
Saber que nossas gorduras têm que estar em quantidades equilibradas em nosso organismo, como vimos, não nos livra da possibilidade de doenças coronarianas, afinal, outros fatores devem ser analisados. E, em último caso, o risco individual só pode ser definido mediante um estudo clínico, ou seja, seu médico deve ser sua principal orientação quando você se preocupar com sua saúde.
O post de hoje foi só para alertar os amados leitores. Nem sempre o que dizem por aí é o que acontece realmente com você. Estudos às vezes surgem pra facilitar nossas vidas. Mas eles devem servir-nos como orientação, e não como medidas de condutas!
Cuide de sua saúde consultando-se regularmente!
E, por hoje... É só!
Até nossa próxima conversa.
Fontes:

Cooper, Kenneth H.: Controlando O Colesterol, Nórdica, 1990
http://www.fm.usp.br/gdc/docs/revistadc_166_08-escore.pdf

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