Seguindo nossa meta de esclarecer a todos os detalhes de nossos objetos de estudo, vamos partir agora para a explicação do que é o colesterol.
Segue a molécula de colesterol:
Vemos aí que não se trata de uma molécula simples. O colesterol é um lipídeo composto por 3 anéis de 6 carbonos e um de 5, apresenta uma cadeia linear ligada ao pentano e um grupo álcool (OH) ligada a um hexano. Mas vamos às suas importâncias fisiológicas.
Primeiro é importante dizermos que o colesterol é uma molécula extremamente injustiçada! O senso comum sempre se lembra do fato que ele tem importância em problemas circulatórios, mas quase nunca falam de suas importâncias para o corpo.
Inicialmente basta dizer que o colesterol é constituinte fundamental da membrana plasmática de todas as células. Ele também é base para a formação dos ácidos biliares, fundamentais para a digestão de lipídeos. Também é importantíssima a função do colesterol de base para a formação de vários hormônios do corpo da categoria esteróides, responsáveis pelas mais diversas funções no corpo, incluindo metabolismo energético e ciclo menstrual.
Com tanta importância assim, o corpo dos animais tratou logo de aprender a fabricar essa matéria-prima fundamental. Sim, a maior parte do colesterol presente no corpo humano é fabricada pelo próprio corpo, principalmente pelo fígado. Apenas uma pequena parte é ingerida pela dieta, a partir da ingestão de alimentos de origem animal. Isso mesmo. Apenas alimentos de origem animal possuem colesterol, as plantas possuem compostos similares (como o ergosterol), mas que não são aproveitados pelo homem com a mesma função.
Com tantas importâncias no corpo também é clara a necessidade de se transportar o colesterol pelo corpo. Pois bem, o transporte de substancias pelo corpo de todos nós é feito através do sangue, que é fundamentalmente composto de água, que sabemos ser polar. O colesterol, por apresentar vários ciclos carbônicos e uma cadeia bastante longa, é um composto apolar e, por isso, precisa de auxílio de compostos especiais para ser deslocado pelo sangue. Esse auxílio vem de moléculas chamadas lipoproteínas, principalmente as conhecidas como HDL e LDL, que “escondem” os lipídeos apolares e deixam uma parte polar externa que permite seu deslocamento pelo corpo.
A maior parte da discussão quanto a importância do colesterol nos casos de problemas cardíacos é relacionada exatamente com essas lipoproteínas “carregadoras”. O LDL (Lipoproteína de baixa densidade) tem como principal função levar colesterol para diferentes partes do corpo e, por ter a capacidade de gerar seu acúmulo em determinadas regiões, é conhecido como mau colesterol. O HDL (Lipoproteína de alta densidade) faz o oposto. Sua principal função é carregar colesterol dos diversos locais do corpo para o fígado permitindo sua eliminação na forma de colesterol mesmo ou de sais biliares. Com isso o HDL impede o acúmulo de colesterol nos vasos sanguíneos e auxilia na prevenção de problemas circulatórios. Por isso, o HDL é conhecido como bom colesterol.
Visivelmente essa conceituação em bom e mau colesterol não leva em conta as importâncias do LDL para o bom funcionamento do corpo. O mais importante para a saúde não é a existência de HDL e ausência de LDL, mas sim o equilíbrio entre os dois de forma a permitir a distribuição do colesterol pelo corpo e ainda assim impedir seu acúmulo.
Por hoje é isso de colesterol. Nos próximos meses vamos tentar mostrar a vocês mais características dessa famosíssima molécula e suas diversas relações com o corpo humano, sempre tentando afastar os erros do senso comum quanto a sua importância positiva e negativa para a saúde.
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